AGRONEGÓCIOS: OS LUCROS DO SUCO - Na festa da laranja, produtor fica fora
AGRONEGÓCIOS: OS LUCROS DO SUCO
Márcia De Chiara - O Estado de São Paulo, 22/10/2006
Na festa da laranja, produtor fica fora
Em 12 meses, preço do produto já aumentou 60% em dólar e 45% em real, mas ganho não chega ao citricultor
O produtor Antonio Osório Fachini, de 58 anos, que passou mais da metade da sua vida plantando laranja na região de Catanduva, no interior do Estado de São Paulo, não tem dúvida de que a citricultura nunca teve perspectivas tão favoráveis como hoje. Mas Fachini e a maioria dos
citricultores também não têm dúvida de que o cenário favorável da atividade não teve impacto positivo no bolso do produtor. "O citricultor ainda não foi beneficiado pela alta do preço do suco e da laranja. Isso ficou só no papel." Segundo especialistas, hoje essa conjugação positiva de fatores supera até mesmo o cenário da década de 80, quando ocorreram sucessivas geadas na Flórida (EUA) e o setor viveu anos dourados.
Na semana passada, por exemplo, o preço do suco de laranja congelado e concentrado na Bolsa de Nova York bateu a casa de US$ 2,8 mil por tonelada - 193 centavos de dólar por libra-peso -, a maior cotação em 16 anos. Em 12 meses, o produto já aumentou 60% em dólar e 45% em real.
Nesse período, o preço da caixa de laranja no atacado de São Paulo cresceu 17%, de R$ 11,20 para R$ 13,20.
Enquanto isso, produtores como Fachini, que cultiva mil hectares de laranja espalhados em seis propriedades no norte paulista, receberam da indústria que extrai o suco de laranja US$ 3,5 por caixa, ou R$ 7,70, conforme contratos assinados. "Isso mal cobre o custo variável da caixa", diz o produtor.
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