Evento apresenta pesquisas promissoras para controle da ferrugem da soja
Evento apresenta pesquisas promissoras para controle da ferrugem da soja O Convênio Cerrados, que envolve a parceria entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o Centro Tecnológico de Pesquisas Agropecuárias (CTPA) e a Agência Rural, apresentou nos dias de campo, realizados entre 21 a 23 de março, na Vitrine de Tecnologias do Convênio Cerrados Soja 2006, em Goiânia (GO), algumas linhagens com tolerância à ferrugem asiática da soja. Na linguagem científica, linhagens são plantas que apresentam uniformidade de características, mas não são consideradas cultivares, porque ainda precisam passar por testes de produtividade e de adaptação em várias regiões brasileiras por, no mínimo, três anos.
Nesta etapa de validação, é possível determinar o nível de tolerância/resistência, ou seja, saber se a planta permite reduzir o número de aplicações de produtos químicos para controle da ferrugem ou até mesmo eliminá-las. "Somente depois de validarmos as linhagens podemos lançar ou não uma cultivar. Os testes feitos a campo fornecem informações precisas sobre tolerância/resistência à ferrugem, que ainda é um problema novo para a pesquisa", explica o pesquisador Leones Alves de Almeida, da Embrapa Soja.
O desenvolvimento de cultivares de soja resistentes à ferrugem asiática da soja vem sendo pesquisada pela Embrapa e seus parceiros há cinco anos. Em 2001, foram identificadas as principais fontes de tolerância/resistência ao fungo Phakopsora pachyrhizi, causador da ferrugem. Por causa da enorme variabilidade genética desse fungo, na safra 2001/02, cultivares que haviam sido selecionados com resistência completa tiveram sua resistência quebrada. "Obter cultivares de soja resistentes à ferrugem é um dos maiores desafios técnicos da Embrapa, considerando o tempo de aparecimento da doença e sua complexidade", diz a chefe geral da Embrapa Soja, Vania Castiglioni.
Por isso, cerca de 20 cientistas estão trabalhando nesta pesquisa. A princípio, os estudos da Embrapa deram prioridade aos genes maiores de resistência, também chamada de resistência vertical. Essa resistência é chamada "do tudo ou nada", porque ou planta está livre da doença ou completamente tomada por ela.
Cientes da limitação desse trabalho, os cientistas passaram a pesquisar também genes menores que conferem diferentes níveis de resistência à planta - é a chamada resistência horizontal. Essa pesquisa é diferente do "tudo ou nada" dos genes maiores, porque se um gene menor tiver a resistência quebrada, outros podem garantir o controle da doença.
Embrapa Soja
Jornalista: Lebna Landgraf
O arquivo abaixo contém o texto original.
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