Percevejos só se tornam problema a partir da fase de canivetinho
SISTEMA DE ALERTA – EMBRAPA SOJA
24/11/2005
Percevejos só se tornam problema a partir da fase de canivetinho
Está se tornando cada vez mais comum o aparecimento de surtos de percevejos nos meses de novembro/dezembro, quando a soja ainda está no período vegetativo. As espécies mais comuns encontradas são o percevejo marrom (Euschistus heros) e o verde-pequeno (Piezodorus guildinii). O
aparecimento de níveis elevados desses percevejos antes da formação das vagens tem preocupado produtores e agrônomos da assistência técnica de várias regiões produtoras. Segundo a pesquisadora Beatriz S. Corrêa-Ferreira, da Embrapa Soja, a incidência populacional nessa fase inicial é decorrente do deslocamento dos percevejos dos locais onde esses insetos passaram o inverno (percevejo marrom na palhada e o percevejo verde pequeno em plantas hospedeiras) para as plantas que estão verdes, como a soja e o girassol.
Os primeiros insetos que chegam na soja são normalmente percevejos velhos, cujo vigor já está comprometido, a capacidade reprodutiva afetada e têm uma longevidade curta. Além disso, no caso do percevejo marrom, grande parte da população está parasitada por vespas ou moscas, fator que acelera a morte do inseto. Como ainda não há vagens - o alimento principal dos percevejos - as formas jovens dos percevejos (ninfas), resultantes da oviposição dos adultos, não conseguem muitas vezes concluir o desenvolvimento e morrem sem causar danos à lavoura.
A Embrapa Soja já desenvolveu vários trabalhos para avaliar o impacto da alimentação dos percevejos nas diferentes fases do desenvolvimento da cultura, como o efeito sobre o rendimento, a qualidade do grão e até mesmo prejuízos no desenvolvimento da planta. Hoje, sabe-se que as plantas atacadas pelos percevejos em determinadas fases do seu desenvolvimento reprodutivo podem apresentar sementes com baixo vigor, menor teor de óleo, maior teor de proteína, além de facilitar a entrada de fungos na planta.
Entretanto, as pesquisas conduzidas mostram que o ataque dos percevejos durante a fase vegetativa e no florescimento não provoca danos significativos na soja, dispensando assim seu controle. Nessa fase inicial de implantação da cultura, também é comum a presença de um elevado número de inimigos naturais na soja e o uso de inseticidas agressivos para o controle dos percevejos compromete a população desses agentes benéficos, causando um forte desequilíbrio. A consequência da aplicação precipitada é o aumento do número de aplicações de produtos até o final do ciclo da soja. Como nessa fase é comum a presença da largarta da soja, se houver necessidade de controle, recomenda-se o uso de produtos seletivos.
O agricultor deve, entretanto, estar muito atento ao nível de infestação de percevejo quando a soja entrar na fase de canivetinho, período em que as vagens começam a se desenvolver. Se a população de percevejos persistir e estiver com dois insetos (adultos+ninfas) por metro de fileira de plantas é necessário fazer o controle químico. Nessa fase da cultura o acompanhamento da população dos percevejos através do
monitoramento semanal é fundamental, pois evitará prejuízos mais para frente.
Os percevejos sugadores são atualmente uma das pragas mais importantes que atacam a cultura da soja, podendo causar sérios prejuízos no período reprodutivo da planta, quando estão sendo formados os grãos.
Mais informações sobre o controle, doses e produtos recomendados estão disponíveis na publicação Tecnologia de Produção de Soja.
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