Soja cresce com adubo residual
Leguminosa aproveita restos de fertilizante da lavoura anterior, o que resulta em grande economia ao produtor
O sojicultor que investiu em cultivos de inverno - trigo, aveia, cevada, além do milho safrinha - pode aproveitar a "sobra" de nutrientes deixada no solo para diminuir custos com adubação. Isto é possível, segundo o pesquisador Gedi Sfredo, da Embrapa Soja, porque o sistema radicular agressivo da soja permite o aproveitamento eficiente dos resíduos de fertilizantes utilizados em cultivos anteriores.
Considerando que a adubação representa 30% dos custos de produção, é uma economia e tanto. "Com a alta de preços e a saca de 60 quilos a R$ 30, será preciso produzir 7 sacas/hectare para cobrir os custos, ante 4,7 sacas/hectare necessárias no ano passado", calcula.
Experiências no Paraná comprovam que, quando o produtor aduba a cultura de inverno com base em análise de solo, é possível, na safra de verão, reduzir e até zerar a aplicação de fósforo e potássio. "Adubar mais não significa produzir mais", diz Sfredo.
MEDIDA CERTA
O produtor Ângelo Celestino, de Ivatuba (PR), aprovou a técnica. Em 176 hectares, planta milho e soja no verão e milho, aveia, trigo, triticale e nabo forrageiro no inverno. Reduziu o uso de adubo de 300 quilos/hectare para 200 quilos/hectare, desde que começou a fazer análise de solo. "Aplico na medida certa. Aproveito as vantagens da rotação e os nutrientes que ficam no solo." A produtividade é de 57 sacas/hectare.
O agrônomo Fabrício Krzyzaniak explica que a técnica baseia-se na reposição de nutrientes. "Intensifica-se a adubação no inverno para reduzi-la no verão." Diz, porém, que não se trata de receita de bolo. "Para dar certo, é preciso planejar, ter acompanhamento profissional e buscar resultados a médio e longo prazos."
INFORMAÇÕES: Embrapa Soja, tel. (0--43) 3371-6000
Fernanda Yoneya
Quarta-feira, 19 setembro de 2007
O ESTADO DE SÃO PAULO - Suplemento AGRÍCOLA
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