Citros - Pomares migram para o Sul de SP
Pomares migram para o Sul de SP
Menor custo e baixa incidência de doenças atraem citricultores
MATÃO (SP)
O mapa da citricultura está mudando no Estado de São Paulo.
A laranja que ainda ocupa grandes áreas no centro e norte do Estado, que tem como referência as cidades de Araraquara e Bebedouro, respectivamente, está migrando para o sul e sudeste.Nessas regiões, por causa do clima mais frio, a incidência de pragas e doenças é menor e a produtividade chega a ser 20% superior aos pomares da região norte e central.
O novo porto seguro da citricultura são os municípios de Avaré, Botucatu, Itapetininga e Mococa, entre outros. Nas contas da Associação Brasileira de Exportadores de Cítricos (Abecitrus), o sul do Estado já abriga 55% dos pomares, ante 45% no centro e no norte. "Muitas doenças estão atingindo os nossos pomares", diz o agrônomo Otto Silveira Maia, gerente agrícola da fazenda do Grupo Marchesan, em Matão, no centro do Estado de São Paulo, onde administra 1,5 milhão de pés de laranja, dos quais 1,2 milhão em produção.
Segundo ele, essa é a segunda migração da laranja.
A primeira, observa , foi a saída dos pomares de Limeira para Araraquara e Bebedouro, no centro e norte do Estado, respectivamente.
CONTRATO
Apesar dos grandes volumes de laranja que o grupo produz, Maia também diz que enfrenta dificuldades nesta safra. O contrato de venda foi fechado a US$ 3,5 por caixa. "Hoje estamos apertados e empatamos as despesas com as receitas", afirma.
Maia diz que seria impensável hoje no seu caso avaliar a possibilidade de mudar os pomares para o sul. "Aqui estamos perto das fábricas." Enquanto o preço pago ao produtor não melhora, a saída, diz ele, é trabalhar na renovação do pomar para cultivar variedades mais produtivas. O grupo também pretende ampliar a área irrigada, que hoje é de 10% dos pomares, para 15%. M.C.
O Estado de São Paulo - 22/10/2006
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