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A COLHEITA DE ERROS

A colheita de erros
Os erros do governo petista em relação à agricultura continuarão prejudicando o País na safra 2006-2007 de cereais, fibras e oleaginosas - soja, algodão, arroz, feijão, milho, trigo e lavouras de menor peso econômico. A primeira estimativa oficial indica o plantio de 45,2 milhões de hectares, 4,3% menor que o do ano anterior, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Confirmado esse cálculo, a área plantada terá sido a menor desde a temporada 2002-2003, quando os agricultores semearam 43,9 milhões de hectares. A cautela dos produtores ainda
reflete as perdas acumuladas em dois anos de crise de renda e de liquidez.
Na melhor hipótese indicada pela Conab, aquelas culturas produzirão 120,64 milhões de toneladas, pouco mais que na temporada anterior, quando foram colhidas 119,95 milhões. Na pior, a produção ficará em 117,74 milhões de toneladas. Não haverá problema de abastecimento e o País ainda poderá ganhar dólares com a exportação, mas o agricultor com melhor resultado apenas começará a recompor sua condição financeira. Outros precisarão de um prazo mais longo para normalizar sua vida.
"É um ano de retomada, de inflexão", disse o ministro da Agricultura, Luís Carlos Guedes Pinto. "Estamos vivendo a maior crise da história e a redução do plantio não foi tão grande. No fundo, é um tremendo êxito da política do governo Lula, que evitou uma queda ainda maior", acrescentou.
Ele pode estar certo quanto à primeira afirmação. Se tudo correr bem, a recuperação terá começado. Mas, se evitasse o resto do comentário, o ministro teria cuidado melhor de sua imagem, ainda não afetada por um deslize maior. A crise é grande, sim, e a redução só parece pequena quando se confronta o plantio com o do ano anterior. A avaliação é bem diferente quando se compara a superfície plantada com os 49,1 milhões de hectares da safra 2004-2005. São dois anos de redução e esse retrocesso não embeleza o currículo de nenhum governo. O final do comentário é quase um escárnio. Tremendo êxito? Na verdade, a redução da área plantada é uma conseqüência dos erros cometidos
teimosamente pelo governo do presidente Lula. Não tem sentido dizer que sua política "evitou uma queda maior". Ao contrário: foi a causa principal do retrocesso.
O governo desprezou as dificuldades vividas pelos agricultores e tratou o agronegócio como inimigo. O ex-ministro Roberto Rodrigues alertou o presidente Lula e as autoridades financeiras para os problemas causados pela seca e pelo descompasso entre a evolução dos custos e do câmbio.
Esse descompasso é especialmente danoso no caso da agricultura, por causa do tempo decorrido entre plantio e colheita. Feito o plantio, o produtor fica na dependência da meteorologia, da evolução dos preços internacionais e da taxa cambial. Tudo contribuiu para reduzir sua rentabilidade ou levá-lo ao prejuízo.
Em condições normais, o agricultor já fica vulnerável às pressões do mercado na fase da colheita, quando os preços tendem a cair. Governos competentes em política agrícola intervêm nesses momentos, para dar fôlego ao produtor. A intervenção seria especialmente oportuna, nos últimos dois anos, por causa dos problemas meteorológicos e do câmbio.
No entanto, as autoridades financeiras só intervieram quando era muito tarde. Essas dificuldades foram agravadas pelos custos de transporte, piorados pelas péssimas condições das estradas. Se o governo tivesse agido na hora certa, a situação dos endividados não se teria agravado tanto e teria sido mais fácil controlar as pressões por uma nova renegociação das dívidas. E, certamente, não teria tido o resultado eleitoral que teve em todas as regiões em que está instalada a moderna agropecuária.
Tudo saiu errado. O mesmo desprezo pelo agronegócio afetou também a defesa sanitária, favorecendo o novo surto de aftosa em Mato Grosso do Sul. E o alerta para o risco da crise aviária só produziu resultado depois de muito tempo. A liberação de dinheiro para a prevenção da gripe só ocorreu na semana passada, com o novo pacote eleitoreiro.
Se tivesse dado a quem produz a mesma atenção dedicada aos invasores de terras, o governo estaria colhendo, neste momento, um resultado muito melhor. O País também.

Quarta-feira, 11 outubro de 2006
O ESTADO DE SÃO PAULO - NOTAS E INFORMAÇÕES

O texto encontra-se no arquivo abaixo.

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