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Agronegócio garantiu superávit

Agronegócio garantiu superávit

Setor contribuiu com US$ 154,4 bilhões para o saldo da balança entre 1997 e 2005; sem ele, haveria déficit

CRISE NO CAMPO-Márcia De Chiara

O agronegócio, o setor que mais contribuiu positivamente para a economia brasileira nos últimos anos, corre um razoável risco. A avaliação é do diretor da RC Consultores, Fábio Silveira. "A política macroeconômica está castigando o filho pródigo", compara o economista. O castigo se traduz em juros elevados, que acabam tendo reflexo no câmbio valorizado e afetam o agronegócio, cujos preços e custos são cotados em dólar.
Entre 1997 e 2005, por exemplo, o agronegócio contribuiu com US$ 154,4 bilhões para o saldo da balança comercial.
Nesse mesmo período, o saldo acumulado na balança comercial do País foi de US$ 102,3 bilhões.
Isso significa que, sem o agronegócio, a balança comercial teria tido um déficit de US$ 52,1 bilhões.
De acordo com Silveira, o agronegócio não só contribuiu para reversão das contas externas como reduziu a inflação. Entre 1995 e 2005, os preços dos alimentos aumentaram, em média, 6,7% ao ano, o que impediu que a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) superasse a taxa anual de 9,6% no mesmo período.
Com a inflação menor, o valor da cesta básica teve uma expressiva diminuição e abriu espaço no orçamento familiar para a compra de outros bens, explica Silveira. Em 2005, o valor da cesta básica, descontada a inflação, estava num nível 20% inferior ao do início da década.

DESCONCENTRAÇÃO
Ele observa também que outro impacto do fortalecimento do agronegócio foi a desconcentração econômica do País, com o avanço das lavouras, especialmente para o Centro-Oeste.
O desempenho do agronegócio no Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todas as riquezas produzidas no País, também foi de tirar o chapéu. Em 2003, enquanto a economia cresceu apenas 0,6% e a indústria ficou estagnada, o PIB do agronegócio aumentou 4,5%.
Em 2004, a economia como um todo reagiu, cresceu 4,9%, mas o desempenho do agronegócio foi ainda melhor, aumentou 5,2%. Desde o ano passado, no entanto, o setor começou a patinar, cresceu apenas 0,7%, enquanto o PIB aumentou 2,3% ante o ano anterior.
Para este ano e o próximo, as perspectivas não são animadoras. Segundo projeções da consultoria, a taxa de crescimento do PIB do agronegócio deverá ficar em 3%, aquém do desempenho da economia como um todo e bem abaixo da indústria e dos serviços. "Deixar o agronegócio à mercê
das forças de mercado é um erro muito grande", diz Silveira. Ele compara esse erro a outro cometido pelo governo no passado, de optar pela reserva de mercado para o setor de informática.
"Com esse setor não se pode brincar", adverte o economista. Na sua avaliação, o agronegócio tem de ser tratado como estratégico pelo dinamismo econômico que proporciona e pelo impacto na macroeconomia.

SUBSÍDIOS
Desvalorizar um pouco o câmbio, derrubando mais rapidamente os juros, é uma medida que pode ajudar a atenuar o impacto da crise que deve começar a aparecer nas contas externas e na inflação no ano que vem.
O economista ressalta, porém, que o ponto central para equacionar os problemas do setor e fazer com que o agronegócio continue desfrutando de uma posição estratégica é criar uma plataforma global sem necessidade de recorrer a subsídios.
Um estudo encomendado pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP) à consultoria aponta quais seriam as saídas para o setor. A intenção da entidade é encaminhar o estudo para os candidatos à Presidência da República.
A proposta central é alinhar a receita e o custo do agronegócio brasileiro aos padrões internacionais, atraindo financiamentos externos. Para isso, o estudo recomenda a maior difusão do seguro agrícola, que responde hoje por menos de 1% da produção.
Além disso, seria preciso melhorar os critérios da concessão do crédito, cortar tributos federais incidentes sobre o óleo diesel e investir na infra-estrutura.

O Estado de São Paulo - 02/07/2006

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