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As condições da próxima safra

O Brasil terá em 2010 uma safra de grãos mais que suficiente para garantir o abastecimento interno e a exportação, se estiver certa a nova estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Mas a margem de lucro dos produtores poderá ser mais apertada, ou até negativa em alguns Estados, se os preços internacionais não melhorarem. O crescimento da economia chinesa, já se fala em expansão de 9,1% no próximo ano, deverá ser um dos principais pilares de sustentação dos mercados. Por enquanto, não há grande expectativa quanto à aceleração dos negócios, à recuperação do emprego e ao aumento do consumo nos Estados Unidos, na maior parte da Europa e no Japão. O cenário poderá melhorar, se os novos estímulos anunciados pelos governos americano e japonês apressarem a retomada das contratações.

A Conab projeta para a safra 2009-2010 uma produção de 140,6 milhões de toneladas de cereais, fibras e oleaginosas. Se a estimativa se confirmar, será uma safra 4% maior que a anterior, mas 2,4% menor que a da temporada 2007-2008, a maior da história. Mas a composição da safra será desequilibrada.

O volume total só aumentará por causa da produção de duas lavouras. A de soja, estimada em 64,6 milhões de toneladas, um novo recorde, será 12,9% maior que a anterior. A de feijão, projetada em 3,7 milhões de toneladas nas três colheitas do período, será 5,3% superior à da safra 2008-2009, de acordo com novo cálculo da Conab.

Para as demais lavouras, algodão, arroz, girassol, mamona, milho, trigo e outros cereais de inverno, o cenário é de redução. No final da temporada, só os estoques de feijão e de soja deverão ter aumentado. Todos os demais deverão diminuir durante o ano-safra. O suprimento será suficiente e não há por que esperar problemas para os consumidores, mas o governo agirá com prudência, em 2010, se providenciar bons incentivos para o plantio da safra seguinte.

Diante da perspectiva de um ano pouco promissor em termos financeiros, a bancada ruralista já se mexe, em Brasília, para conseguir mais uma renegociação das dívidas de agricultores. A campanha pelo refinanciamento já se tornou rotineira, pouco importando a situação real dos produtores. O governo geralmente cede, até porque uma boa parte de sua base parlamentar apoia a concessão do benefício. Em geral, a renegociação é estendida tanto aos produtores necessitados e habitualmente bons pagadores quanto àqueles mais abonados e nem sempre afeitos a liquidar compromissos com os bancos.

Com isso, o Tesouro assume um encargo maior do que o necessário para socorrer os agricultores de fato necessitados. Além de injusta, essa renegociação é um desperdício de recursos e um fator de agravamento da situação fiscal. Mais produtivo e mais barato será o governo acompanhar com muito cuidado a evolução dos negócios em cada segmento da agricultura para intervir na comercialização, se necessário, ou para conceder outro tipo de ajuda. Será importante manter o foco nos produtores em real dificuldade por causa do mercado desfavorável ou de outros problemas circunstanciais.

As perspectivas do mercado cambial continuam preocupantes para os exportadores. Neste ano, os brasileiros foram prejudicados pela combinação de dois fatores, a depreciação do dólar e a contração do mercado global. A receita de exportações do agronegócio deve ficar em US$ 64,7 bilhões, segundo estimativa da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) divulgada nessa terça-feira. Esse valor é 10,9% inferior ao do ano passado.

O melhor desempenho foi o dos exportadores de soja, com faturamento de US$ 17,9 bilhões, praticamente igual ao do ano passado. Mas o volume embarcado deve passar de 39 milhões para 46 milhões de toneladas, segundo a projeção.

O dólar depreciado continuará atrapalhando os negócios da agropecuária e da indústria em 2010, segundo projeções correntes no mercado financeiro. As estimativas captadas na pesquisa Focus do Banco Central indicam uma cotação de R$ 1,70 para o dólar no fim deste ano. Para o fim de 2010 o valor projetado é de R$ 1,75, ainda muito baixo, dizem empresários de todos os setores.

O volume de grãos e oleaginosas previsto para a safra 2009-2010 indica uma forte demanda de transporte, na fase da comercialização, e um provável aumento de custos. É preciso incluir também esse fator no rol das preocupações.

O ESTADO DE SÃO PAULO - Quarta-Feira, 09 de Dezembro de 2009

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