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""O sonho de o etanol virar commodity será adiado""

Roberto Rodrigues - Ex-ministro da Agricultura e presidente do Conselho do Agronegócio da Fiesp; o início de 2009 ainda será pouco alegre para o setor de açúcar e álcool. Haverá uma freada no ritmo dos investimentos

O ano de 2008 começou aquecido para o setor de açúcar e álcool. Até o agravamento da crise financeira, o setor previa fechar o ano com aumento nas exportações e conquistando novos mercados. A maré começou a virar assim que o crédito se tornou mais escasso.

Para 2009, a expectativa é de que o setor ainda vai passar por um cenário "pouco alegre", na avaliação de Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura e atual presidente do Conselho do Agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Segundo ele, haverá um movimento de fusões e aquisições de empresas e uma freada nos investimentos. No longo prazo, depois de 2010, o cenário volta a ser favorável.
A seguir, os principais trechos da entrevista ao Estado.

A crise chegou ao setor de açúcar e álcool?
Ao longo do ano, muita gente investiu em usinas novas às custas de endividamento em dólar. E para fazer caixa, algumas usinas jogaram álcool no mercado por um preço muito baixo, o que fez com que o preço desabasse no mercado interno. Foi uma enorme descapitalização no setor. E, com a crise, o mercado apertou, faltou capital de giro, faltou ACC (Adiantamentos sobre Contratos de Câmbio), aí tudo despencou. Por último,
estamos com o petróleo a US$ 30, o que tende a tornar o biocombustível menos competitivo. Houve a redução na compra de automóveis. Com isso, também o mercado começou a claudicar. A situação ficou complicada.

E quais serão as consequências desse cenário pouco favorável?
Muitas usinas já estão entrando em recuperação judicial. Essas e muitas outras com problemas de caixa passaram a não pagar os fornecedores de cana-de-açúcar. Se não recebem o pagamento dos usineiros, esses fornecedores estão mortos. As cooperativas já estão sofrendo com a inadimplência das usinas. Além disso, os fundos que estavam aportando dinheiro em novos projetos agora estão em compasso de espera. E estão mais dispostos a comprar usinas com problemas de caixa do que fazer novos investimentos.

Teremos então uma onda de consolidação no setor?
Sim. A tendência é inevitável. Já é prevista uma redução dos atuais 200 grupos produtores para 50, nos próximos cinco anos. Em resumo, o cenário para o primeiro semestre de 2009 é pouco alegre.

Há perspectiva de melhoria?
Acredito que as coisas melhorem um pouco no segundo semestre de 2009 e finalmente se tornem boas em 2010.

O etanol é competitivo, mesmo com o preço do barril do petróleo em patamares tão baixos?
Se o preço do barril do petróleo ficar em até US$ 35, o etanol é competitivo. E no médio e longo prazo o cenário é ótimo para os biocombustíveis. A União Européia acabou de confirmar suas metas para biocombustíveis, pois tem de lidar com o aquecimento global. O aumento da presença de combustíveis renováveis é uma tendência irreversível.

Falta muito para o etanol se transformar em commodity global?
O sonho de o etanol virar uma commodity será adiado por pelo menos um ano.

Andrea Vialli
O ESTADO DE SÃO PAULO - Economia e Negócios
Segunda-Feira, 29 de Dezembro de 2008

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 Etanol-virar-commodity.pdf
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