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Indústrias de fertilizantes pedem US$ 1,2 bi ao governo

SÃO PAULO - Nem mesmo os constantes reajustes no preço do produto final livraram algumas indústrias de fertilizantes das dívidas. Com as vendas em queda elas agora enfrentam dificuldades para efetuar pagamentos junto aos fornecedores internacionais e esperam uma intervenção do governo. Representantes do setor estiveram reunidos recentemente com o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, para pedir uma verba de US$ 1,2 bilhão que, caso aprovada, será utilizada como capital de giro por essas empresas. A demanda está sendo analisada por técnicos do ministério.

A desvalorização cambial coincidiu com um momento de forte desaceleração nas compras de fertilizantes e um aumento dos estoques do produto, em uma época que costuma ser a de maior demanda para esse insumo.

Segundo Eduardo Daher, diretor executivo da Associação Nacional Para Difusão de Adubos (Anda), o último mês de outubro será bastante diferente do mesmo período de 2007 quando o volume entregue foi recorde com 4 milhões de toneladas. "Os números seguramente serão menores que os do ano passado, O setor está sofrendo uma redução dramática na demanda justamente no momento da safra", afirma.

Pela primeira vez, o diretor da Anda fala em rever as estimativas de entrega de adubo em 2008 que poderão ficar abaixo das 24,5 milhões de toneladas inicialmente previstas.

Os números de importação confirmam a desaceleração da demanda. De acordo com dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Secex/Mdic), a queda na compra de adubos e fertilizantes nas duas primeiras semanas de novembro foi de 40,5% em relação ao mês anterior.

O diretor da Anda atribui a retração à dificuldade de acesso ao crédito, principalmente entre os produtores da Região Centro-Oeste do País que são mais dependentes de recursos oficiais. "Estamos com uma defasagem [de crédito] de 45 a 60 dias. A nossa demanda é sazonal e sofre mais à medida que o crédito não flui no mercado", avalia.

Para Daher, o resultado do desaquecimento do setor será uma redução de área ou de produtividade na próxima safra a ser colhida e afirmou que o próximo ano será de extrema restrição. "A indústria está se preparando para um ano como foram 2005 e 2006, seqüenciais a um período de crise cambial, ferrugem e seca do Rio Grande do Sul", diz.

Os reflexos da crise atual em 2009 já começam a aparecer desde agora. Segundo Daher, até agora não houve nenhum contrato para a compra antecipada de adubo, o que já costuma acontecer nessa época do ano. A notícia deve ser recebida com pessimismo pela indústria que sofre com o aumento dos estoques, estimado em 6 milhões de toneladas. Isso sem contar a quantidade que já está nas mãos de distribuidoras e cooperativas que pode superar os 2 milhões de toneladas.

Empresas que atuam no mercado interno já mostraram nos seus balanços trimestrais que estão sentindo a pressão do novo mercado. A Heringer admitiu que uma de suas metas é a redução dos seus estoques para níveis inferiores aos do primeiro semestre. A empresa também atribuiu ter o lucro trimestral afetado pelo fator cambial. "Isso [desvalorização do real] originou despesas financeiras sem efeito de caixa no curto prazo sobre os passivos indexados ao dólar referente à aquisição de matérias-primas no exterior", avalia Wilson Mardonado, diretor de relações com investidores da Heringer.

Fora do Brasil, dois importantes produtores de fertilizantes europeus, a Agropolichim e a Neochim, já interromperam suas operações devido à recente drástica queda na demanda.

Em outubro, a Yara International, maior produtora mundial de fertilizantes minerais, também suspendeu a produção de sua fábrica na Itália.

Os produtores que na sua maioria ainda não conseguiram obter financiamento para a próxima safra não sinalizam uma retomada na aquisição de fertilizantes, pelo contrário, buscam técnicas para reduzir sua aplicação sem comprometer o plantio.

Atento a essa demanda, o Rabobank está divulgando um estudo que aponta redução de custos dom o uso da agricultura de precisão. De acordo com o analista de Grãos do Rabobank e autor do estudo, Luciano Broek, o material auxilia nas tomadas de decisões dos produtores. "Diante de um cenário de crise mundial e de forte elevação nos preços dos fertilizantes, minimizar o desperdício na aplicação do produto sem diminuição da produtividade é uma estratégia que pode fazer a diferença entre lucro e prejuízo na lavoura", avalia Broek.

A indústria de fertilizantes pediu ao governo uma verba de US$ 1,2 bilhão, alegando que mesmo com reajustes no preço do produto final algumas empresas se endividaram.

Priscila Machado
DIÁRIO COMERCIO INDÚSTRIA E SERVIÇOS - 19/11/08

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