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Agricultor paulista desenvolve novo perfil

Profissionalização do setor exige que se acompanhe a plantação de perto

O produtor rural Ariovaldo Fellet é de família tradicional de Piracicaba, no interior paulista, mas agora é difícil encontrá-lo na cidade. Ele passa os dias na fazenda da pequena Itaberá, no sudoeste paulista. Ergueu sua segunda residência no meio das plantações. "Já é praticamente a nossa casa principal, pois estamos sempre aqui", diz a esposa Fernanda. A casa é ampla, com piscina, churrasqueira, jardins, conforto e segurança. Agora, período de férias escolares, toda a família está no campo. "Recebi até o título de cidadão itaberaense", conta Fellet.

Ele se enquadra no novo perfil do agricultor paulista, segundo o agrônomo Vandir Daniel da Silva, da Secretaria de Agricultura. "Antes, ele plantava e ia pescar no Mato Grosso, hoje o dia-a-dia é no meio da plantação", resume. Isso se deve, segundo Silva, à profissionalização do setor e ao alto valor da produção. "Produzir ficou muito caro e, se o agricultor não acompanhar de perto, o risco de perda é grande."

A reciclagem e troca de experiências passou a ser uma rotina. Fellet faz parte do G 10, um grupo de produtores do sudoeste que se reúne mensalmente para discutir o mercado e trocar informações. Num dos encontros ele soube que um colega usava aviões para pulverizar as lavouras de milho contra pragas e fungos. "Na hora achei exagero, pois nunca pulverizamos o milho, mas quando estudei melhor, vi que o resultado compensava e passei a fazer o mesmo.""

A produtividade do milho na região, de 6,6 mil kg/ha, supera em 55% a média nacional. Os produtores promovem dias de campo e trazem especialistas para dar palestras aos funcionários, estes cada vez mais qualificados. Só a Lagoa Bonita, fazenda de Fellet, faz dois eventos por ano, voltados para soja e trigo. O grande capital investido em máquinas e equipamentos, a valorização das terras e a disparada no preço dos insumos preocupam os agricultores. "O Brasil ficou muito dependente da importação dos componentes de fertilizantes, defensivos e adubos, que são derivados do petróleo", critica o produtor Nelson Schreiner, da Estância São Carlos.

Se o governo não buscar uma solução para regular esse mercado, ele acredita que todo o esforço para produzir mais e a custo menor será em vão. "O produtor não falha e está sempre se aprimorando, mas se o custo ultrapassar o valor de venda, aí complica tudo." Ele diz que há apenas dois meses pagou R$ 600 pela tonelada de adubo. "O preço, agora, é R$ 950." Quem não comprou com antecedência, como ele fez, terá dificuldade para fazer a lavoura de verão, a partir de setembro.

Para o produtor Nicolau Ghirghi Filho, da fazenda Águas Claras, na base do encarecimento da produção está o preço do óleo diesel, usado para movimentar máquinas, caminhões, secadores, bombas de irrigação e outros equipamentos. "Na safra passada, trabalhamos com o diesel a R$ 1,70 o litro. Nesta, está em R$ 2,10." A alta no preço do adubo foi de 100% entre uma safra e outra. O valor de arrendamento da terra subiu 30%. "Se o preço dos grãos recuar, a margem vai ficar muito apertada." A expectativa de uma grande safra já fez o preço do trigo cair de R$ 750 para R$ 620 a tonelada nas últimas semanas. "O pior é que a queda não chega até o consumidor."

O ESTADO DE SÃO PAULO
Domingo, 17 de Agosto de 2008

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