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Alta do adubo preocupa produtor

Governo e iniciativa privada buscam saídas para reduzir o impacto da subida dos preços no próximo plantio

Componentes de maior peso no custo de produção de grãos, os fertilizantes, cujos principais são nitrogênio, fósforo e potássio, tiveram seu preço médio reajustado em quase 100% de 16 meses para cá, segundo análise da Scot Consultoria.

Em Sorriso (MT), maior município produtor de grãos do País, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) apurou que o sojicultor deve gastar no próximo plantio, só com adubos, quase metade do custo de produção: R$ 520,92 para gastos de R$ 1.174,41, numa produtividade de 52 sacas/hectare, ante 38% da safra anterior.

ALTA CONTINUA

E o cenário, segundo analistas e a própria indústria, continuará sendo de alta. A indústria fabricante justifica os reajustes internos com a conjuntura externa. Segundo o presidente da Bunge Fertilizantes e da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), Mário Barbosa, o Brasil importou 22 milhões de toneladas de fertilizantes e produziu internamente 7 milhões de toneladas, ou seja, impotou 70% do consumo. "A indústria nacional é considerada, por isso, tomadora de preços - pratica os preços do mercado externo, acrescidos de fretes oceânicos e despesas de importação", diz.

E os preços dos fertilizantes no exterior subiram muito. Entre os motivos, o grande crescimento nos preços de matériasprimas usadas na produção de adubos, como petróleo e gás natural, e dos fretes marítimos. "Além disso, EUA, Europa, China e Índia incrementaram muito a produção agrícola, e grandes países fornecedores de adubo tiveram problemas na produção, como fechamento de minas nos EUA e inundação na Rússia, causando um desequilíbrio entre oferta e demanda." Com tal cenário, Barbosa acredita que a alta persistirá. "Já estamos diante de um novo patamar de preços", confirma.
Embora no primeiro trimestre deste ano tenha havido uma "corrida" à compra dos insumos - no período, foram comprados 5,4 milhões de toneladas, ante a média de 3,2 milhões do período, segundo a AgraFNP e a Anda -, para quem ainda não comprou a situação é preocupante.

SEM CRÉDITO

Segundo o diretor-executivo da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja), Ricardo Tomczyk, "em MT, pelo menos metade dos fertilizantes necessários para a safra ainda não foi comprada". Conforme ele relata, além da alta excessiva dos adubos, há as restrições de crédito por parte das empresas fornecedoras. "Isso preocupa porque, na safra passada, 82% dos empréstimos captados pelos sojicultores do Estado vieram de fontes privadas de financiamento."

O vice-presidente da Anda, Torvaldo Antonio Marzolla Filho, confirma a falta de crédito por parte da indústria, e justifica: "Historicamente, um terço do custeio da safra é financiado pela indústria. Mas ficamos por muito tempo sem receber dos agricultores. O governo federal tentou solucionar a questão por meio do Fundo de Recebíveis do Agronegócio, negociação por meio da qual receberíamos a dívida com 50% de deságio. Só que nada aconteceu."

Segundo a analista da AgraFNP, Jacqueline Bierhals, quem não comprou adubo e tem grãos em estoque pode esperar por altas mais significativas nos grãos. "Embora soja e milho já estejam valorizados, a tendência é de maior valorização na entressafra", diz. "Pode ser uma vantagem segurar o grão, vender por preços melhores na entressafra e fazer caixa para comprar adubo."

O administrador da Fazenda São Paulo, de Taquarivaí (SP), João Jacinto Dias de Almeida, vai fazer exatamente isso. Para cultivar mil hectares de milho e 800 de soja, ele só comprará adubo no início de agosto. "Espero que, até lá, meu milho já esteja com preço pelo menos 30% maior", diz.
Reduzir a adubação, nem pensar. "Temos de garantir alta produtividade", diz.

Tania Rabello
OESTADO DE SÃO PAULO - Suplemento agrícola, 28 de maio de 2008

 
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