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COTONICULTOR SUBSTITUI LAVOURA POR SOJA E MILHO

Amarrados às vendas antecipadas, com preços até 20% abaixo dos patamares atuais, e atraídos pela valorização de milho e soja, os cotonicultores intensificam a substituição do plantio de algodão por outras commodities agrícolas em busca de rentabilidade.
Exemplo disso é o produtor João Carlos Jacobsen, dono de uma lavoura de algodão com cerca de 8 mil hectares, que pretende reduzir cerca de 13% sua área de cultivo. "É a minha margem de segurança, o possível que eu posso reduzir sem comprometer a quantidade que já está vendida", diz Jacobsen.
Mesmo valorizado com preços de R$ 80,54 ante o de R$ 68,63 praticado em 1º de fevereiro de 2007, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), produtores alegam que os preços do algodão ainda estão muito depreciados em relação aos de outros produtos agrícolas. "Todo esse ganho foi absorvido pela queda do dólar, não teve ganho real", afirma Jacobsen. Na avaliação do produtor a redução de
área só não será mais acentuada porque muitos produtores já estão vendidos. "Mas os que tiverem possibilidade irão migrar, essas culturas demandam menos mão-de-obra e os gastos com fertilizantes, que no algodão chega a quase uma tonelada por hectare, são bem menores", analisa. Jacobsen, que também é presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), acredita que o governo vai precisar interferir para socorrer a cultura de algodão. "Não vemos outra saída, da forma como estamos vendidos não teremos como pagar custos de produção".
Na Bahia e no Mato Grosso, onde a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê um aumento de área, Djalma Fernandes de Aquino, técnico de algodão da entidade, atribui o aumento ao fato de que se tratam de estados voltados à exportação e por isso possuem muitos compromissos de venda. "A safra 2007/2008 já está com de cerca de 800 mil toneladas, isso representa 50% da produção", afirma.
No médio prazo Aquino mostra otimismo. "Dentro do cenário mundial com aumento da demanda do produto e praticamente o volume de produção estagnado aliado à redução contínua dos estoques de passagem temos todos os ingredientes para o aumento de preço", avalia.
Contrariando as estimativas da Conab a agência Safras & Mercado prevê um incremento de área para a cultura do algodão apenas na Bahia. "Somando-se à safrinha a queda no Mato Grosso será de 4,1%", diz o analista de Safras, Miguel Biegai.

Safrinha
Com exportações acima de 10 milhões de toneladas o milho segue como a melhor opção na substituição à produção de algodão. "O milho está com um preço bom, se eu planto milho agora em maio estou com dinheiro, o risco climático é menor, o custo é menor e a liquidez é melhor", afirma Biegai.
Em São Paulo as perspectivas para o cultivo da safrinha de milho fizeram a Secretaria de Agricultura lançar um programa de incentivo à utilização das variedades lançadas pelo Departamento de Sementes, Mudas e Matrizes. "São variedades adequadas aos agricultores que tenham solo necessitando de correção e que estão numa situação adversa, que estão atrasados, mas ainda querem plantar a safrinha", explica o agrônomo
Armando Portas, da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati) da Secretaria de Agricultura de São Paulo.

Horita
Na contramão de grande parte dos cotonicultores o produtor Walter Horita, dono de uma propriedade 19 mil hectares voltados ao cultivo de algodão, direciona seus investimentos na ampliação da capacidade de beneficiamento da sua produção. "Estou aumentando de 50 para 90 fardos de 200 quilos por hora, quero reduzir o tempo de beneficiamento para finalizar o processo em setembro", diz. "Acredito que o mercado de
algodão vai reagir e se tornar tão remunerador quanto a soja e o milho já na próxima safra", completa. O produtor que tem suas propriedades centralizada na Bahia possui ainda 7 mil hectares de milho 2 mil hectares de soja e não pretende aumentar as áreas de cultivo dessas culturas em detrimento da lavoura de algodão.
Horita também é presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Aiba), única região onde é consenso o aumento de área, ainda que exista divergência sobre o quanto seria esse incremento. "A Bahia não tem safrinha de milho, então não tinha como mudar, o que acho que vai acontecer na matriz produtiva do Brasil", ressalta.

Priscila Machado
DIÁRIO COMÉRCIO E INDÚSTRIA
11/02/08 - 00:00 > AGRONEGÓCIOS

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