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Com novos players, volume de soja da BM&F bate recorde

SÃO PAULO (Reuters) - A euforia com uma safra maior no Brasil e preços mais elevados dos grãos extravasou as negociações do mercado físico.
Com a entrada de novos players na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), como cerealistas, grandes produtores de Mato Grosso, tradings multinacionais, empresas de insumos agrícolas e até fundos, esse mercado ganhou maior liquidez -- os negócios com soja cresceram mais de 200 por cento no primeiro trimestre de 2007.
Nos primeiros três meses do ano, a BM&F registrou 51.476 contratos futuros negociados de soja, contra 16.429 transações no mesmo período de 2006, o maior crescimento entre os papéis agropecuários da bolsa. E em março, pela primeira vez, o número de negócios da oleaginosa (futuros e opções) rompeu o patamar de 20 mil contratos (23.419).
"Tem uma conjugação de razões, não é uma só. A primeira delas é a volatilidade no preço da soja, uma das coisas que mais leva as pessoas a fazerem o seguro de preço", afirmou à Reuters o diretor de Derivativos Agropecuários e Energia da BM&F, Félix Schouchana, citando a recente agitação nos mercados de grãos decorrente do novo componente da agroenergia.
Mas apenas a volatilidade não explica os recordes seguidos registrados no mercado de soja da BM&F, diz ele. Se fosse isso, a tradicional bolsa de Chicago (CBOT) seria uma alternativa. O fato é que aumentaram os negociantes de futuros domésticos, principalmente na ponta vendedora, o que faltava para o aumento da liquidez, e isso encorajou novos players.
"Há uma participação cada vez maior de produtores e cooperativas... Do lado comprador, as pessoas que compravam continuam comprando em maior quantidade. E esses já conhecem mercado futuro, são os exportadores e as esmagadoras", acrescentou Schouchana, por telefone.
"Se tiver participante novo, é provável que seja fundo, que começa a entrar no mercado seja comprando, seja vendendo, dependendo da estratégia que ele estiver tomando. Mas mais provável do que a entrada de fundos, que eu não saberia dizer quantos nem quais, é a entrada de mais produtores e cooperativas, isso com certeza."
Além da participação maior de produtores, que parecem agora procurar mais a BM&F do que a incomparável CBOT, a ponta vendedora na bolsa brasileira ganhou um outro player: as empresas de adubos e defensivos agrícolas.
"Esse pessoal tem muitos contratos que são verdadeiras relações de troca, a soja verde, e como há o risco de queda de preço, eles vão para o mercado. Então um novo agente que explica esse movimento é o pessoal de insumos", destacou o diretor da BM&F, explicando que essas companhias costumam fazer operações triangulares com tradings e produtores.
De acordo com Schouchana, os fundos, que já participavam de negociações dos contratos mais líquidos da bolsa, os de café e de boi, têm realizado operações de arbitragem, comprando soja BM&F e vendendo Chicago.
Mas não são apenas os fundos que realizam esse tipo de operação. "O que as tradings estão fazendo muito é arbitragem de prêmio com relação a Chicago", disse o agente autônomo da corretora Souza Barros, Gustavo Vencato, instituição que intermediou cerca de 35 por cento dos negócios de soja em março na BM&F.
"Às vezes não fazem só por uma operação de hedge, estão sempre olhando para ver se tem uma diferença muito grande de prêmio em real, entre BM&F e Chicago, elas podem ganhar na arbitragem...", disse.
O consultor da AgroBrasil Sílvio Alface Neto, que trabalha em parceria com a corretora Spinelli, concorda que a maior liquidez da soja da BM&F --embora ainda aquém da ideal, na opinião das fontes-- ampliou as oportunidades.
POR QUE NÃO ANTES?
"É aquela velha história, ninguém entra porque não tem ninguém, começamos a forçar o mercado, tivemos duas empresas mais fortes, uma na ponta de compra e outra na venda, e começou a entrar a liquidez aí", comentou Vencato, admitindo que a volatilidade também tem levado mais gente a fazer hedge.
Mas para ele a maior participação de grandes cerealistas, de produtores de Mato Grosso e de tradings multinacionais foi fundamental no processo, assim como a atuação das corretoras como indutoras dos negócios na BM&F.
"Tem muito trabalho, tanto da BMF quanto das corretoras. Já fiz mais de 30 palestras em áreas de soja", disse Alface Neto.
Ele acredita que, no atual ritmo, as negociações com soja vão, no mínimo, dobrar na próxima safra. A própria BM&F espera, já em 2007, que as negociações atinjam um volume equivalente a 5-6 milhões de toneladas, contra 2,6 milhões no ano passado.
"(Assim), se dobrar no ano que vem, vai passar da barreira de 10 milhões de toneladas", acrescentou o consultor, que não considera nessa estimativa a participação do Banco do Brasil, prevista para o segundo semestre, financiando para os produtores os custos de operação na bolsa.
Os negócios na BM&F só não são mais expressivos porque, ao produtor, falta capital para pagar as garantias. Em geral, ele investe a maior parte dos seus recursos na lavoura.
"Aí o negócio vai dar uma deslanchada boa (com o apoio do BB).. Não vai ter mais por que o produtor operar lá fora. Aqui o custo operacional é menor... é mais prático."

Por Roberto Samora
UOL - Últimas Notícias

11/04/2007 - 13h41

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