Cana versus alimentos
Segunda-feira, 2 de abril de 2007 - DCI - Diário Comércio, Indústria e Serviços
Luiz Gonzaga Bertelli
O interesse dos Estados Unidos no álcool brasileiro reacende a competitividade da cana com as culturas alimentícias.
Com o acentuado interesse dos americanos na importação do álcool brasileiro, culminando com a recente visita do presidente norte-americano George W. Bush ao nosso país, foi reacendida a velha questão da competitividade da cana com as culturas alimentícias e pecuária.
Com efeito, basta o anúncio da implantação de um novo complexo sucroalcooleiro para suscitar a corrida de contratos de arrendamento das terras, com os seus preços majorados.
No estado paulista, que responde por 60% da produção canavieira da nação, a área destinada à cana devera duplicar nos próximos dez anos.
Com esse fato, um dos maiores prejudicados é o pecuarista, uma vez que o produtor rural vislumbra a possibilidade de maior ganho com o arrendamento para a cultura canavieira. Ao contrário do boi europeu, alimentado com rações, o animal brasileiro tem um bom pasto, possibilitando à carne brasileira melhor sabor, sem receber excessiva carga de drogas.
Nos dias atuais, o brasileiro proprietário de terra pode receber de R$ 490,00 a R$ 1.100,00 ao ano por hectare, com o arrendamento para as usinas sucroalcooleiras. A renda média é de 4,8%, conforme anuncia o estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Diante dessa acentuada procura, os preços médios da terra aumentaram de 18% a 22%, nas regiões canavieiras.
Confirmada a intenção dos Estados Unidos de montar uma grande parceria com o Brasil, transformando o álcool de cana em "commodity" mundial, descortina-se agora um tempo de bonança para a agroindústria brasileira.
Será uma ocasião ímpar, sem dúvida, que poderá beneficiar não só a cana, mas também a pecuária e a produção de grãos, que estão prestes a superar novo recorde.
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